Itabirito: Vereador Renê Butekus Acusa Ex-Prefeito de Rombo Milionário, mas Comete Gafe ao Confundir Conceitos Financeiros

Na reunião da Câmara Municipal de Itabirito, realizada nesta segunda-feira (04), o vereador Renê Butekus (PSD) fez severas críticas à administração anterior da Prefeitura, acusando o ex-prefeito Orlando Caldeira (Cidadania) de deixar um suposto rombo de mais de R$ 200 milhões nas contas públicas.

Segundo o vereador, a Prefeitura teria encerrado o exercício de 2023 com um “rombo” de R$ 200 milhões e, ao final do governo em 2024, teria deixado uma dívida de R$ 120 milhões.

“Se isso aqui é dados e não fatos, é fake news, vamos processar o Tribunal de Contas,” declarou Renê, citando o aplicativo Lupa Minas como fonte das informações.

No entanto, o vereador cometeu uma gafe ao confundir os conceitos de déficit, superávit e restos a pagar.

A Prefeitura de Itabirito não deixou dívidas nos valores mencionados por Renê, e não houve “rombo”. Em resumo, o vereador propagou uma fake news.

A secretária de Planejamento, Débora Aguiar, que já ocupa o cargo desde a gestão anterior, fez um pronunciamento nas redes sociais para desmentir as acusações, esclarecendo que os valores citados referem-se a restos a pagar, um procedimento contábil comum no setor público.

“Confundir restos a pagar com déficit é muito sério. Em 2022 para 2023, nós encerramos com R$ 400 milhões de receita e superávit. O que existia eram obras em andamento e notas fiscais ainda não lançadas, transferidas para o ano seguinte como restos a pagar, já quitados,” explicou.

Débora ainda destacou que todas as contas da gestão foram aprovadas tanto pela controladoria interna quanto pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, além de terem recebido avaliação positiva da própria Câmara.

Ela criticou a disseminação de informações incorretas e reafirmou a transparência da atual administração:

“Disseminar fake news é crime. Prestamos contas, e qualquer cidadão pode me procurar diretamente.”

O vereador Anderson do Sou Notícia (PL), que presidiu a Câmara em 2024, reforçou a correção das contas da Prefeitura e criticou Renê por compartilhar desinformação.

“Ele não tem credibilidade para falar sobre o assunto. A Prefeitura de Itabirito não fechou os anos devendo essas quantias. Talvez ele tenha se confundido com outra investigação que trata de R$ 200 milhões de uma gestão passada da qual ele é aliado,” afirmou Anderson.

Anderson também mencionou que, apesar de afirmar ter cursado Direito, Renê demonstrou desconhecimento sobre os termos técnicos da gestão pública.

“Ele deveria se aprofundar mais na pauta para entender os conceitos. O que ele fez hoje na Tribuna da Câmara foi levar desinformação, causando alarde desnecessário na população,” concluiu.

A falta de conhecimento técnico pode gerar desinformação. Quando esse despreparo se manifesta na Tribuna da Câmara, por um vereador eleito para representar os interesses da população, compromete não apenas o debate público, mas também a confiança da população nas instituições.

É fundamental que os vereadores fiscalizem com seriedade, responsabilidade e embasamento técnico para que as discussões sejam construtivas e não baseadas em fake news.