Mais de 40 barragens em Minas Gerais estão em alerta ou emergência
- Redação Portal News

- 28 de jan.
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Seis anos após o trágico rompimento da barragem de Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, que resultou na morte de 270 pessoas, Minas Gerais ainda enfrenta riscos associados a estruturas de mineração.
Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), o estado possui 43 barragens em níveis de alerta ou emergência, de um total de 102 em todo o Brasil.
Essas barragens em situação crítica estão distribuídas por 19 municípios, com a maior parte localizada na Região Central. Entre elas, são:
15 barragens em nível de alerta: apresentam anomalias que não oferecem risco imediato, mas exigem monitoramento constante.
22 barragens em nível de emergência 1: classificadas como de alto risco, entre outros critérios.
4 barragens em nível de emergência 2: com anomalias não controladas.
2 barragens em nível de emergência 3: onde a ruptura é considerada inevitável ou já está em progresso.
As barragens Forquilha III, da Vale, em Ouro Preto, e Serra Azul, da ArcelorMittal, em Itatiaiuçu, estão entre as mais preocupantes, ambas construídas pelo método a montante — técnica associada a tragédias como as de Brumadinho e Mariana, e que foi banida no Brasil desde 2020.
Essa técnica utiliza rejeitos para construir alteamentos, aumentando o risco de colapso.
Apesar da proibição, a desativação dessas barragens está atrasada. A conclusão da descaracterização da Forquilha III está prevista apenas para 2035, enquanto a Serra Azul deve ser desativada até 2032.
O desastre em Brumadinho resultou no despejo de 12 milhões de m³ de rejeitos, devastando comunidades e o Rio Paraopeba. Das 270 vítimas fatais, três permanecem desaparecidas: Maria de Lurdes da Costa Bueno, Nathália de Oliveira Porto Araújo e Tiago Tadeu Mendes da Silva.
O Corpo de Bombeiros continua as buscas e está utilizando inteligência artificial para analisar materiais coletados. Até agora, 1.045 segmentos humanos foram encontrados, com 28 ainda em análise.
Em janeiro de 2023, a Justiça Federal aceitou a denúncia contra a Vale, a consultoria Tüv Süd e 16 indivíduos.
A Tüv Süd é acusada de emitir laudos de estabilidade apesar de ter conhecimento dos problemas estruturais. O ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, teve seu processo arquivado.
As empresas envolvidas afirmam estar comprometidas com os reparos necessários. A Vale espera retirar a Forquilha III do nível de emergência 3 até o final deste ano, enquanto a ArcelorMittal assegura que a Serra Azul está desativada desde 2012 e sob constante monitoramento.
A tragédia de Brumadinho permanece como um alerta para os desafios de segurança e fiscalização das barragens em Minas Gerais e em todo o Brasil.







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